Um convite para os estudantes: vamos exercitar nosso olhar de jornalista?
Podemos começar convidando os estudantes a observarem o entorno, as cenas do cotidiano e encontrarem algo que chame a atenção, que seja pessoalmente relevante para ser transformado numa história jornalística (se quiser, dê um exemplo para ajudá-los a exercitar esse olhar).
Eles podem aproveitar esse momento para registrar o que veem por meio de anotações, desenhos, fotografias e vídeos usando o celular. Ou, apenas observarem atentamente.
Depois de escolherem o que transformarão em um conteúdo jornalístico, você pode convidá-los a escolherem um formato que se sintam mais à vontade para contar essa história. Novamente, dê alguns exemplos dessa diversidade de formas, como jornalismo em quadrinhos, criação de zines, criação de um pequeno jornal, simulação de um programa de rádio, entre outros.
Exemplos e inspirações
Se os estudantes não souberem por onde começar, podemos mostrar algumas imagens que ajudem a inspirá-los a criarem seus projetos. Ou ainda compartilhar um projeto que criamos testando essa atividade anteriormente.
Dica - E se eu estiver mediando esta etapa remotamente?
Existem diversas possibilidades, as quais dependem do seu contexto e dos recursos que você e seus estudantes têm acesso. Por exemplo, se os estudantes tiverem acesso à internet por meio de computadores e smartphones, podemos explorar as seguintes plataformas:
- Enviar um áudio curto via Whatsapp com esse grande convite ao imaginar e depois incentivar os estudantes a enviarem fotos dos desenhos com suas ideias.
- Criar um mural colaborativo virtual (ver aba Indo Além) com o convite e solicitar que os estudantes compartilhem suas ideias da forma que acharem pertinente: escrevendo sobre ela, postando um desenho ou uma imagem de referência, gravando um vídeo.
- Dependendo do acesso a dados remotos, também é possível enviar um vídeo curto (ou link para acessá-lo) via Whatsapp.
- Postar vídeos, perguntas e outros recursos que inspirem os estudantes em um ambiente virtual de aprendizagem;
- Criar um formulário interativo na forma de uma aventura-solo para os estudantes explorarem e responderem com suas ideias.
- Realizar uma videoconferência com os alunos e convidá-los a falarem sobre suas ideias, escreverem suas ideias em um mural virtual, envolverem as pessoas que moram com eles em suas apresentações...
Mão na massa!
Hora dos estudantes criarem seus projetos!
Eles podem usar elementos sobre os quais refletiram anteriormente e outras inspirações que são importantes para eles.
Os estudantes não precisam concluir suas criações durante o tempo de uma aula. A ideia é que ao final da atividade apresentem uma primeira versão de seus projetos e o que pretendem fazer a seguir, dando continuidade em outros momentos para aperfeiçoá-los e finalizá-los.
Dica - Como podemos interagir seguindo protocolos de distanciamento físico?
Podemos incentivá-los a expressarem suas ideias durante esse momento de criação, fazendo perguntas para que falem sobre o que pretendem criar e para que a turma saiba o que cada um está criando, já que a circulação livre não é algo possível neste momento.
E, que tal colocar uma música para alegrar o ambiente enquanto criam?
Se possível, compartilhe desse momento de criação com eles! Crie também o seu projeto e vá narrando as suas dificuldades e ideias enquanto eles criam em seus lugares!
Plugue essa atividade!
Se os estudantes tiverem acesso a computadores e celulares, podem utilizar esses dispositivos para a criação de seus projetos.
- E se a cena escolhida for retratada por meio de uma foto jornalística? Ou no formato jornalismo em quadrinhos, usando o Pixton, o GoAnimate ou o ToonDoo?
- Ou se eles gravarem um pequeno video-documentário?
- E se usarem algum software ou uma página de edição para criarem um zine virtual? Ou uma charge, com ajuda do Stripcreator?
- Quem sabe resolvam criar um podcast usando o gravador ou o aplicativo Anchor no celular...
- Ou optem por narrar a história ao vivo por meio de uma chamada em vídeo, usando o celular?
- Ou partam para criações mais diferentes, como animações interativas no Scratch ou linhas do tempo no Sutori?
Dica - E se eu estiver mediando esta etapa remotamente?
Se for um momento de criação assíncrono, podemos incentivar os estudantes a explorarem os objetos e os cômodos de suas casas de uma forma inusitada. E se eles:
- Criarem um álbum com retratos jornalísticos (fotografias ou esboços) e detalhes do seu cotidiano - a nova organização da mesa e do seu canto de estudos, objetos incorporados no cotidiano desde o início da pandemia, entre outros?
- Entrevistarem seus familiares?
- Relatarem as mudanças nos sons e nos ânimos da casa por meio de um podcast?
- Criarem um documentário que retrate 24 horas em suas vidas?
- Observarem as próprias postagens nas redes sociais. Seria possível criar uma história a partir das últimas 5 fotos postadas no Instagram? Ou dos dois últimos vídeos postados no TikTok? E se eles olhassem com mais atenção para os acontecimentos e personagens com os quais interagem todos os dias?
- Envolverem outras pessoas que moram com eles para criarem junto?
- Envolverem os responsáveis para ajudá-los a compartilhar seus projetos em suas redes sociais ou nas da escola?
- Criarem um estúdio no Scratch com projetos sobre histórias do cotidiano?
A forma como essas orientações e provocações chegam aos estudantes depende muito do seu contexto e dos recursos que você e seus alunos têm acesso. Poderia ser:
- Uma mensagem ou um áudio curto via Whatsapp;
- Uma folha com orientações e um espaço para que os estudantes possam escrever, desenhar e fazer colagens para depois te entregarem;
- Um vídeo curto postado em um ambiente virtual de aprendizagem.
Se for um momento de criação síncrono, podemos incentivar o mão na massa durante uma videoconferência, com criações envolvendo materiais concretos em casa ou criações virtuais, como linhas do tempo usando o Sutori, por exemplo!
Olha só que legal este vídeo que mostra um exemplo de uma atividade mão na massa remota e síncrona! :)
Ah, uma coisa super importante! Não podemos nos esquecer de incentivar os estudantes a documentar todo o processo de criação, seja por meio de desenhos, fotografias, registros em um diário de bordo ou diário de áudios! Além de ajudá-los a entenderem melhor o seu percurso de aprendizagem, essa documentação pode ser utilizada durante o compartilhamento dos projetos e para avaliação! :)
Como foi o processo de criação?
Depois de criarem seus projetos, podemos convidar os estudantes a compartilharem o que criaram e refletirem sobre esse processo de criação. Como a circulação é um pouco limitada, devido aos protocolos de distanciamento, uma possibilidade é convidar cada estudante a se levantar em seu lugar e apresentar o que criou para a turma, com o cuidado de deixá-los bem à vontade para que façam isso de forma voluntária.
Algumas perguntas para ajudar a mediar esse momento em que eles apresentam o que criaram:
- Que história do seu cotidiano você escolheu compartilhar e por quê?
- E quanto ao formato, qual foi escolhido e por quê?
- Como foi o processo de criação?
- O que foi fácil?
- E divertido?
- O que foi difícil?
- O que faria diferente se tivesse mais tempo?
- O que pretende fazer a seguir? É um projeto que terá continuidade?
Podemos propor essas perguntas alternadamente para um ou outro estudante, para que todos tenham a oportunidade de falar. E uma boa forma de iniciar esse momento com a turma é apresentando o seu projeto, para incentivar os alunos a compartilharem aos poucos o que criaram.
Além de refletirem sobre o próprio processo de criação, este é um rico momento para conhecerem melhor os seus colegas, fazerem perguntas genuínas e aprenderem a dar e receber feedback.
O que descobri sobre meus colegas?
Em relação ao que conheceram do projetos apresentados pelos colegas, podemos convidar os estudantes a pensarem sobre as seguintes questões:
- Percebeu um jeito curioso de usar os materiais para criar o projeto que não havia pensado antes e que gostou?
- Você encontrou pessoas com interesses e histórias parecidas com as suas?
- Encontraram pessoas que escolheram a mesma forma que eles para contar a história?
- Algum projeto despertou a sua curiosidade? Por quê?
- Depois de conhecer os projetos da turma, você ficou com vontade de contribuir com algum deles?
Dica - Sobre aprender a dar e receber feedback
Os feedbacks são super importantes para que seja possível avançar na criação de um projeto. No entanto, sempre que houver alguma crítica, devemos lembrar os estudantes que elas devem ser específicas, gentis e úteis.
Outro ponto importante é incentivarmos os alunos a perceberem as convergências de interesses e quanta diversidade há na turma e como poderiam usar isso a favor deles na criação de projetos coletivos.
Público real
O jornalismo diz respeito também a compartilhar as histórias criadas com um público real. Podemos convidar os estudantes a compartilharem seus projetos conosco - professores -, com as pessoas com quem moram e com os colegas.
Se quiser, pode sugerir a criação de um blog, site ou de murais colaborativos na internet, como o Padlet ou o Sutori!
Aprofundando conexões com o tema
- E se os estudantes passassem a olhar com um olhar de jornalista para os conteúdos que estão aprendendo?
- Depois de exercitarem o olhar de jornalista, como eles veem a importância dessa profissão? Quais são os desafios enfrentados atualmente em relação ao trabalho dos jornalistas? E como eles têm impactado as nossas vidas?
Dica - E se eu estiver mediando esta etapa remotamente?
Considerando os recursos aos quais os estudantes têm acesso, podemos convidá-los a escolherem a forma que se sentem mais confortáveis para compartilhar sobre seus projetos e suas aprendizagens.
Se envolver o uso de celulares ou computadores, os murais virtuais são ótimas ferramentas, pois permitem a postagem a partir de diferentes linguagens (texto, imagem, áudio, vídeo) e oferecem espaço para que os alunos conheçam os projetos de seus colegas e interajam com eles, fazendo perguntas, deixando uma sugestão ou observação.
O Whatsapp também pode ajudar nessa parte, por meio do compartilhamento de fotografias dos projetos com uma breve explicação em texto ou áudio, ou ainda um vídeo curto.
E as redes sociais, como grupos fechados no Facebook, Instagram da turma, também podem ser uma ótima alternativa, desde haja o consentimento e acompanhamento por parte dos responsáveis e que sejam observadas questões de segurança e privacidade de acordo com a idade dos estudantes.
Olha só que legal este vídeo em que, depois de um momento síncrono de criação, todos os participantes colocaram seus fantoches para cantar em um sarau virtual!