Explorando as invenções que se movem...
Podemos começar esta atividade incentivando os estudantes a repararem nas várias invenções que se movem e que já viram por aí. Algumas sugestões de perguntas para mediar este momento:
- Consegue lembrar das que são mais comuns e fazem parte do seu dia-a-dia?
- Quais são as mais curiosas, engraçadas e incríveis?
Sobre essas invenções que se movem, podemos convidar os estudantes a desenharem:
- As invenções que mais gostam;
- Os movimentos que mais chamam a sua atenção;
- Os componentes das suas invenções favoritas;
- Invenções que podem ajudar as pessoas de alguma forma.
A partir daí, podemos seguir propondo outras questões disparadoras, tais como:
- E se você pudesse criar uma engenhoca que se move, que movimento ela faria?
- Quais dos seus interesses você representaria nessa invenção?
- Qual seria o propósito da sua invenção que se move? Divertir as pessoas? Ajudar alguém?
- Seria uma invenção grande e barulhenta? Pequena e colorida? Esquisita e divertida?
Os estudantes podem pensar nos movimentos que gostam de fazer, nos movimentos de outros animais (será que já repararam na forma como uma aranha ou um beija-flor se movimentam?), na forma como conseguem mover diferentes partes do próprio corpo, em como fazem para se deslocar no espaço e quando precisam levar objetos de um lugar para o outro.
Podemos incentivá-los a registrarem suas ideias e reflexões em um diário de bordo, por meio da escrita, de colagens, desenhos ou da forma como se sentirem mais confortáveis!
Dica - Algumas sugestões de como mediar este momento
- Incentive os estudantes a explorarem e manipularem (quando for o caso) os diferentes exemplos de invenções que você levar para a sala. Uma possibilidade é deixá-las expostas nas paredes e sobre as carteiras (se houver vídeos, podemos projetá-los com ajuda de datashow ou disponibilizá-los em computadores, tablets ou notebooks se houver esses dispositivos);
- Convide os alunos a trocarem com seus colegas sobre o que estão imaginando criar, porque tiveram aquela ideia e deixe-os livres para pensarem em projetos em grupos caso queiram;
- Ajude os estudantes a anotarem e sistematizarem suas ideias! Um exemplo poderia ser a organização delas em um quadro com os seguintes itens:
- Movimentos que quero explorar;
- O que eu quero que a minha engenhoca faça;
- Coisas que eu gosto e que vou usar para criar a minha engenhoca;
- Ideias de formatos e materiais
Mão na massa!
Hora dos estudantes criarem seus projetos!
A ideia é que os estudantes criem uma invenção que se move. Essa invenção pode representar o que eles acham de mais legal e divertido, pode ser um presente para alguém ou ainda ajudar a solucionar algum desafio que vêm observando, como por exemplo: transportar pessoas, auxiliar nas tarefas de casa, mover objetos, resgatar quem está em perigo.
Dica - Algumas sugestões de como mediar este momento
- Podemos levar exemplos de inventores e suas engenhocas para inspirar os estudantes, como Leonardo Da Vinci, Rube Goldberg, Santos Dumont e tantos outros. Essas histórias enriquecem as aulas e trazem possibilidades de conexão com diferentes áreas do conhecimento. Pontes com a literatura e o imaginário também têm muito potencial e ajudam a criar um ambiente mais acolhedor e interessante para a criação dos projetos.
- Se possível, organize a turma em grupos com 3 a 5 estudantes, para trocarem ideias e ajudarem na construção de seus projetos. Eles não precisam construir o projeto juntos, a intenção é criar uma possibilidade de troca. Qual seria uma configuração interessante da sala de aula para este tipo de atividade?
- Podemos levar os projetos que construímos durante a preparação desta atividade e outros exemplos para inspirar os estudantes, como um catavento, um barquinho que se move com a ajuda de um elástico ou um helicóptero diferente.
Incentive os estudantes a explorarem estrutura e materiais!
Algumas perguntas que podem ajudar nessa parte:
- Toda sua invenção se movimenta ou parte dela? Se for somente uma parte, o que servirá como uma base fixa?
- Que materiais para juntar e conectar você vai explorar?
- Que outros objetos você vai usar para dar estrutura a sua invenção?
- Como sua invenção vai se mover? Com ajuda do vento, de uma manivela...?
Podemos incentivar os estudantes a registrarem suas ideias e reflexões, mas sem a necessidade de dedicar um tempo específico para isso.
Dica - Amplie as possibilidades!
Apesar de inicialmente esta atividade não envolver o uso de componentes eletrônicos para criar os movimentos, você pode explorar esses componentes se desejar e tiver acesso a diferentes recursos e ferramentas.
O uso de motores DC 3-6V com pilhas ou baterias, por exemplo, dá vida aos projetos e sempre desperta muito a atenção e o interesse dos estudantes. Já o uso de equipamentos de fabricação digital, como impressora 3D ou cortadora a laser, possibilitam a materialização de ideias de forma mais refinada.
Caso você opte por incluir motores nesta atividade, observe algumas orientações:
- Separe um tempo para mostrar como funcionam, conecte o motor a uma fonte de energia, depois incentive os estudantes a tentarem fazer o mesmo;
- Se não houver um suporte para as pilhas e baterias, explore com os alunos diferentes formas de criá-los com outros materiais, como papelão, pedaços de embalagens etc;
- Você pode deixar sobre as mesas alguns motores conectados a fontes de energia e com interruptores, para que possam ser acionados pelos estudantes. Caso não haja um interruptor, é possível explorar diferentes formas de criá-los, envolvendo o uso de clips, papel alumínio e prendedores de papel. Veja um tutorial rápido aqui;
- Prenda diferentes estruturas na extremidade do motor (como elásticos, pedaços de borracha, hélices, canudinhos, entre outros), para mostrar aos estudantes algumas possibilidades de construções e de movimentos que podem surgir;
O site Scrappy Circuits traz muitas possibilidades de criação de circuitos usando papelão e prendedores de papel. É uma boa possibilidade de ser explorada.
Caso você tenha acesso a um espaço com impressora 3D, é possível ampliar ainda mais as possibilidades, incentivando estudantes a modelarem partes de seus projetos usando o Tinkercad para que possam ser impressas e incorporadas a eles.
E se eu quiser estender a criação e envolver mais de uma aula?
Você pode:
- Orientar os estudantes, quando o tempo da primeira aula estiver próximo ao fim, a organizarem os materiais que estavam explorando e a identificarem seus projetos, caso eles fiquem armazenados na escola até a próxima aula;
- Orientar a turma a aproveitar o intervalo até o próximo encontro para explorar diferentes materiais em suas casas que poderão ajudá-los na criação dos seus projetos. Os alunos podem seguir observando invenções que fazem parte do seu dia-a-dia, desmontar algumas para entender melhor seu funcionamento, conversar com outras pessoas sobre o que pretendem criar e até fazer pequenas construções que poderão ajudá-los mais tarde;
- Convidar os estudantes a levarem na próxima aula os materiais e ideias desbravadas durante o intervalo, e a registrarem esse percurso de descobertas e reflexões em um diário de bordo;
- Realizar um momento inicial na aula seguinte para o compartilhamento de ideias enquanto retomam os projetos e organizam os materiais;
- Convidar os estudantes a refinarem e ampliarem seus projetos. E se:
- Encontrarem outra forma de produzir o mesmo movimento?
- Adicionarem um novo movimento no projeto?
- Automatizarem o movimento da invenção?
- Adicionarem algo ao movimento? Como, deixar um rastro de tinta ou produzir um som enquanto a invenção se move?
- Mostrar inspirações mais complexas, como este ventilador a manivela ou esta máquina de bolhas de sabão.
Como foi o processo de criação?
Depois de criarem seus projetos, podemos convidar os estudantes a compartilharem o que criaram e refletirem sobre esse processo de criação.
Algumas perguntas para ajudar a mediar esse momento em que eles apresentam o que criaram:
- O que você escolheu criar e como fez para que essa invenção se movimente?
- O seu projeto ficou parecido com o que você esperava? O que te surpreendeu durante o processo de criação?
- Como a sua engenhoca representa o que é importante para você? Como surgiu a ideia de criá-la?
- O que você faria se tivesse mais tempo ou outros materiais disponíveis?
Podemos propor essas perguntas alternadamente para um ou outro estudante, para que todos tenham a oportunidade de falar. E uma boa forma de iniciar esse momento com a turma é apresentando o seu projeto, para incentivar os alunos a compartilharem aos poucos o que criaram.
Além de refletirem sobre o próprio processo de criação, este é um rico momento para conhecerem melhor os seus colegas, fazerem perguntas genuínas e aprenderem a dar e receber feedback.
O que descobri sobre meus colegas?
Em relação ao que conheceram do projetos apresentados pelos colegas, podemos convidar os estudantes a pensarem sobre as seguintes questões:
- Percebeu um jeito curioso de criar diferentes movimentos que você não havia pensado antes e que gostou?
- Por que algum projeto despertou a sua curiosidade? Seriam os materiais utilizados, a forma como se conectam ou a invenção como um todo?
- Você tem sugestões que podem ajudar seus colegas a aprimorarem seus projetos? Alguma ideia para conectar de forma diferente os mecanismos criados?
Além de ser uma oportunidade para conhecerem diferentes ideias e interesses, é o momento dos alunos perceberem que existem muitas formas de criar movimento, desde as mais simples - que não envolvem mecanismos - até as mais complexas.
Dica - Sobre aprender a dar e receber feedback
Os feedbacks são super importantes para que seja possível avançar na criação de um projeto. No entanto, sempre que houver alguma crítica, devemos lembrar os estudantes que elas devem ser específicas, gentis e úteis.
Outro ponto importante é incentivarmos os alunos a perceberem as convergências de interesses e quanta diversidade há na turma e como poderiam usar isso a favor deles na criação de projetos coletivos.
Dica - Sugestões de como mediar este momento
- Podemos propor um momento inicial de galeria de projetos, em que os estudantes caminham pela sala (você pode colocar uma música de fundo para tornar esse momento mais divertido) para conhecer os projetos de seus colegas de deixar observações por escrito. Se você optar por esse tipo de organização, lembre-se de disponibilizar pequenos pedaços de papel para os estudantes anotarem suas observações e deixarem ao lado de cada projeto.
- Outra possibilidade é organizar uma galeria de projetos com apresentação, em que metade da turma fica no lugar para apresentar o que criou e a outra metade roda a sala para conhecer os projetos. Depois, invertem-se os papéis.
- Também é possível organizar uma rodada de apresentações dentro do grupo e eleger uma pessoa de cada grupo para apresentar o que viu para toda a turma.
- Caso os projetos sejam virtuais, podemos incentivar, após o compartilhamento, a criação de um mural colaborativo (no Padlet ou Wakelet) com os links das criações, e / ou o compartilhamento nas mídias sociais utilizando as hashtags da atividade.
Ampliando conexões com o tema...
Outro ponto que merece atenção é convidá-los a pensar em como poderiam usar o que aprenderam nessa atividade em outras áreas que estão estudando ou outras situações da sua vida. Por isso, após o compartilhamento dos projetos, reúna a turma para uma roda de conversa sobre a atividade. Observe a seguir algumas sugestões de questões que podem ajudar nessa conversa:
- Que componentes comuns podemos usar para criar mecanismos que produzem movimentos?
- O que você descobriu em relação às engenhocas que utiliza no seu dia-a-dia?
- De que outras formas você pensa em utilizar os mecanismos explorados nesta atividade?
- Como poderíamos criar projetos que se movimentam para ajudar outras pessoas ou enfrentar diferentes problemas?