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Fichas de orientações; Papel colorido; Cola quente (bastão e máquina); Cola instantânea; Cola branca; Palitos de sorvete; Ferro de solda Palitos de churrasco; Canudos de diferente espessuras; Papelão; Massa de EVA; Tesoura; Régua; Lápis de cor;
Tinta guache; Pincel; Balões de festa (bexiga); Tampinhas de garrafa PET; Garrafas PET (vários tamanhos);
Dicas de preparação

Contexto da Atividade

A produção de brinquedos com materiais de baixo custo não é nenhuma novidade e possui um grande potencial quando utilizado no processo de ensino aprendizagem. Há alguns anos venho buscando formas de introduzir ações mão na massa em minhas aulas de física e a cada ano vou remixando ideias antigas e construindo outras, em 2018, graças ao DAC (Desafio de Aprendizagem Criativa), tive a oportunidade de conhecer algumas escolas e espaço de ensino nos EUA, que já implementam práticas de Aprendizagem Criativa e como eles realizavam seu processo avaliativos destas produções. 

Essa experiência me inspirou a melhorar uma ideia que antes executava apenas em atividades de contraturno escolar, a construção de carrinhos, e trazê-la para minha prática no período regular. Hoje, essa atividade faz parte das minha práticas do 1º bimestre para os estudantes do 1º ano do ensino médio na rede estadual de ensino. Sua estruturação busca oportunizar aos estudantes desenvolverem seus próprios projetos de carrinhos inspirada na concepção da Espiral da Aprendizagem Criativa (figura 1)e os 4Ps. 

O propósito é passar que todos os pontos da espiral, não partindo necessariamente do processo de imaginar, mas, no caminho ir construindo pontes para a conectar o conteúdo curricular de física nas práticas futuras.  Nesse processo alguns pontos merecem atenção: 

1º- Práticas que saem do contexto tradicional (expositivo) como as inspiradas na Aprendizagem Criativa (AC), é um processo de construção. Cada passo é um resultado que precisa ser observado, registrado, analisado e direcionado, porém, sem destruir o processo criativo.  Vale lembrar que, os estudantes têm tempos diferentes de amadurecimento e só vão compreender nossos propósitos com cada ação com o tempo e os processos que serão realizados. 

2º - É importante fazer direcionamentos! Porém, sem interferência direta. “- Como assim?”, o que quero dizer é que não basta dar o comando: “- Construam um carrinho.”, é preciso dar a eles, tempo para pensar, pesquisar, imaginar e criar. Uma sugestão pessoal é que você disponibilize os materiais e a primeira ficha com instruções juntas, pois alguns estudantes precisam visualizar alguns materiais para começar a imaginar enquanto outros precisam fazer um rascunho do que imaginam antes de tentar “tirar a ideia do papel”.  

Nessa fase de construção é importante não darmos diretamente as respostas aos questionamentos dos estudantes, mas sim conduzi-los à descobertas, como por exemplo, se um aluno está com problemas no eixo de seu carrinho, como você pode ajudá-lo? - Uma dica é perguntar se ele já conversou com outro colega sobre seus carrinhos ou pedir que ele “dê uma olhada” no que os demais estão fazendo e converse com os colegas sobre seus projetos. 

3º - As fichas: são muito importantes. Você deve fazê-las pensando em cada objetivo que deseja alcançar com a proposta. Na minha proposta, tenho o propósito de levantar informações sobre o processo criativo dos estudantes e conhecimentos prévios que aprenderam ou deveriam ter aprendido no 9º ano do ensino fundamental, por fim, desejo saber como eles se sentiram durante a atividade, o que na visão deles posso fazer para ajudá-los, pois esse caso específico é o primeiro contato deles com esse tipo de atividade. 

4º - Projetar suas ações/aulas futuras com a abordagem do conteúdo programático, trazendo o projeto para fazer a conexão. Para isso é fundamental analisar as fichas respondidas e organizar as informações fundamentais, cada questão da ficha 2 é direcionada para isso. Por exemplo, os alunos precisam registrar as dimensões de seus veículos, o que nos permite observar como cada um expressa as unidades de medidas e as grandezas física. 

Há também questões direcionadas as forças físicas presentes no projeto, neste contexto, é possível que inicialmente o aluno não lembre dos tipos de força (conteúdo abordado no 9º ano), porém, há na ficha três questões diferentes que nos permitirá levantar essa informação, a primeira é uma pergunta direta, “Quais forças encontrei no carrinho?”, enquanto a segunda e terceira é para ele completar: “Para meu carrinho andar eu preciso…”, e por fim “meu carrinho não andou bem porque…”. Essas questões oportuniza observamos se o estudante recorda ou não dos conceitos e se ele conseguiu associar o tipo de força com o movimento do veículo (ou movimento que deveria ocorrer, em vista que alguns projetos funcionarão 100%). 

Depois da corrida de carrinhos os alunos voltam a responder a ficha 2, para registrar as informações que levantam durante a corrida, teremos então outros conceitos como: “distância/deslocamento”, “tempo” e “velocidade” de seus veículos, esses dados são muito importantes, pois serão abordadas e ajudaram na compreensão de conteúdos futuros como: “energia e seus processos de transformações”, “trabalho de uma força”, “potência e eficiência”, e outros.

Além disso, alguns questões que coloquei nas fichas tem o propósito de concientizar o estudante do processo que ele está passando, afim de favorecer as competências da BNCC:  2(Pensamento Científico, Crítico e Criativo); 8 (Autoconhecimento e Autocuidado); e 9 (Empatia e Cooperação);  - É importante lembrar que eu deixo claro aos alunos que a ficha não é um elemento obrigatório, mas que ela resgistra e ajuda na construção do aprendizado além de ser uma forma de contar a história do que eles construiram, por isso ao final de todo o processo é necessário que entreguem as fichas prenchidas. (Mas lembra cada aluno tem seu tempo, alguns precisam registrar antes de construir, outros precisam construir e depois registrar e alguns fazer o processo junto). 


     

A importância das Fichas

Durante o desenvolvimento os estudantes recebem fichas, onde realizam seus registros do projeto, com isso é possível acompanhar o seu desenvolvimento e levantar informações sobre seus processos de pesquisa, construção e posteriormente estruturar estratégias para formalização dos conteúdos programáticos de física.

Organização do espaço

Uma mesa com os materiais distribuídos (usei a mesa do professor). Deixei uma mesinha no canto da sala perto da tomada, chamada: estação 1, neste espaço disponibilizei a cola quente e o ferro de solda. A organização das mesas deixei livre para os estudantes as únicas orientações que passei, foram:

  • O projeto é individual, mas vocês podem fazer equipes de no mínimo 2 e no máximo 4 alunos, enquanto trabalham.”
  • “Cuidado com os materiais “quentes”, estou a disposição para ajudar vocês, se não sabe ainda como funciona a ferramenta que precisa ou gostaria de usar é só pedir que eu te ensino como usar.” 
  • “Os materiais que eu posso disponibilizar são esses, mas vocês também podem trazer outros materiais de casa. O nosso veículo não pode ter motor, vocês precisam descobrir uma forma para eles se deslocarem”.